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nas est​â​ncias De dzyan

by Juliano Gauche

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1.
mas como eu ia saber, se tudo começou sem mim com hora pra acabar? tudo que eu fiz foi acreditando em tudo que eu ouvi de ventos vindos de longe, de um tempo que já morreu. por isso te peço, por favor, me ajude a ficar por aqui, sem estragar muita coisa e, se possível, dançando. eu juro, eu vou me controlar, mas se eu cair... me trate do jeito que você quiser, pois, pra mim, já foi. olhe dentro dos meus olhos, tem um monte de cor que conta o que aconteceu comigo. becos e morros, longos caminhos, noites sem dormir e um grande amor no horizonte me acenando sorrindo. os mesmos sonhos frios nas tardes de calor. mil maravilhas guardadas num pote de sangue.
2.
animal 03:56
animal, num sonho bom, machucado aberto ao vento em maio em flor. longos olhos estendidos sobre os cortes no chão. um bando vem devagar como a hora. é o fogo, é o fim, é o som da música.
3.
alegre-se 03:55
vista um short, nós vamos andar. alegre-se, hoje dia de ir. independente das mesmas coisas, alguma coisa me diz que vai dar tudo certo. como aquela vez em que todo mundo quase enlouqueceu e era só a lua. se andarmos bem, acho que vai dar pra ver com calma, o jeito como tudo parece estar mesmo no lugar. o nosso tempo, agora, é só o tempo de esperar pra saber que o que pode chegar, sempre esteve aqui. alegre-se, hoje é dia de ir. e tem tanta coisa que a gente quase nunca faz. com um medo besta de perder o que a gente gosta mais. mas gostar de tudo pode ser o melhor jeito de não ter mais medo algum. é fácil.
4.
o clarão 03:42
olha, a falta que isso fez é quase nada, eu sei, pra gente lamentar. tudo, agora, se constrói conforme arde e dói. e tem que aguentar. olha, a tristeza a gente esconde quando ri, pra não deixar vingar. passa, quando volta a clarear. deixa vir de longe o que aqui não pode dar. deixa entrar o azul do vento, o mar. encoste seu ouvido no veludo doce chão. escute a brisa elétrica murmurando amor.
5.
tenho evitado contar absurdos que me acontecem pra quem diz que gosta de mim. elas parecem saber mais que eu. mesmo eu fingindo que não sei de nada também. eu fico muito esquisito quando abro meu coração. e só me resta, agora, correr como quem morre de medo. e isso... eu não sei. todos os dias eu me desvio do meu caminho. cobra sem rastro no chão e lugar pra voltar. as ruas vão invadindo meus passos, e eu, sozinho, ensandecidamente grosseiro, a cantar. eu fico muito esquisito quando abro meu coração. e só me resta, agora, correr como quem morre de medo. e isso... eu não sei. acho que agora eu já posso ficar aqui, desde que eu não diga mais nada também. ou só me resta mesmo fugir como quem não tem mais jeito? isso... eu não sei.
6.
que tudo transborde. que tudo corte. que tudo escape e volte ao normal. que tudo aconteça e logo apareça a causa terrível de todo esse engano que o rádio anuncia, antes de outra canção de amor. que volte cansada e logo esqueça o quanto isso tudo desgasta e já não basta remédio nem dor. e num delírio, cheia de medo, você espera e logo vem: um gesto de amor; um beijo de morte; um gosto estranho; a falta que faz sair mais daqui; um canto que leve seus olhos pro espaço, pra longe, pra sempre, te deixe sair.
7.
1,99 03:11
quem é que nunca mentiu pra fazer sorrir? quem nunca acreditou pra não chorar? seu amor não me comove. como um artigo de 1,99 que a qualquer momento pode desintegrar. sua lógica não me move. ela é exatamente a falha do revólver quando quero atirar no alvo fácil do seu peito aberto. quanto mais tento, menos eu acerto. quem é que nunca mentiu pra fazer sorrir? quem nunca acreditou pra não chorar? meu amor é um vago arrepio varrido pelas vagas do seu rio. a mordida de sua boca no vazio quando quer me devorar. o reflexo, no olho, do pavio, quando a bomba vai mascar. quem é que nunca mentiu pra fazer sorrir? quem nunca acreditou pra não chorar?
8.
toda vez que tudo isso que você me diz me deixa inquieto, eu começo a repensar no que não fiz. pra ver se agora acerto em te deixar no chão. pra ver se agora você vai querer ou não saber que tudo ,tudo ,tudo, tudo, tudo pode nunca mais mudar. que tudo nasce, cresce e corre feito um louco, mas, no fim, só faz voltar. e não tem nada, meu bem, que vai fazer tanto mal. pode se deixar levar por esses dias, sem pressa e medo de chegar. pode até ficar perdida em si mesma e se encantar. toda vez que tudo isso que eu digo te deixar sem jeito, pode até me ignorar. pode ir embora e sair dizendo: nunca mais, enfim, eu vou voltar. mas é mentira, meu bem. eu já te disse o que é. que tudo, tudo, tudo, tudo , tudo, pode nunca mais mudar. que tudo nasce, cresce e corre feito um louco, mas, no fim, só faz voltar. e não tem nada, meu bem, que vai fazer tanto mal. Pode se deixar levar por esses dias, sem pressa e medo de chegar. pode até ficar perdida em si mesma e se encantar.
9.
sim, tudo isso vai desmanchar assim que um vento mais forte chegar, para lembrar a hora de voltar pro mar, pro céu de cor de noite aberta, pra água, pro chão forrado de flor, pros braços abertos, pro meio do amor, longe da saudade, brincando de sumir no meio do vento que leva daqui.

about

dedicado à ordem da instrospecção mística

credits

released February 19, 2016

juliano gauche: voz e violão
junior boca: guitarra e violão
joão leão: teclados
daniel lima: baixo
gustavo souza: bateria
arranjos: junior boca e tatá aeroplano

captação de áudio: felipe crocco e joão noronha
mixagem: joão noronha
masterização: arthur joly

produção executiva: joão noronha e sil ramalhete

arte/capa: mariana coggiola

gravado e mixado nos estúdios do EAEO
masterizado no estúdio reco-master

produzido por juliano gauche

license

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Juliano Gauche Vitoria, Brazil

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